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Sobre moral e a criança interior


Negociando as responsabilidade do AVCB com meu locador por telefone, ouvi uma frase que foi de encontro ao que mais me perturba a alma, concretizado em uma ilustração sombria: “é complicado pra gente negociar com essa raça de bombeiros. Ô povinho honesto”. Nestes 3 segundos de pronunciamento, tive uma sensação de toda a farsa que minha mãe inventou, sobre o mundo ser um bom lugar, escorrendo dos meus dedos, pelo chão, até finalmente desaparecerem no orifício do ralo mais próximo. Ao mesmo tempo que quis expressar minha maior admiração por essa corporação alienígena, optei por consentir com meu silencio, consciente da imunidade moral daquele ser que me falava ao celular.


Criei o paradoxo da moral. A moral só pode existir quando ninguém estiver vendo, senão, não se aplica à integralidade. Sendo a essência da moral, invisível por concepção e abstrata por abrangência, ela simplesmente não existe. A simples definição de moral é falha por precisar de tantos outros atributos de frágil conceito aplicável para constitui-la, como honestidade, integridade, consciência, respeito, entre outros. Todos estes possuem interpretações culturais, individuais com discernimentos tão flexíveis quanto os que o usam em emprego próprio.

Na minha opinião não existe moral, pelo menos da forma e significado como esperávamos que esta existisse. Existe é uma palavra vulgarmente aplicada a fim de defender alguém ou alguma coisa que já está sob julgamento circunstancial, que tornaria hipócrita quem a usa uma vez que sua existência é incomprovável.

Se a moral existisse, seria uma qualidade tão divina e empregável quanto a perfeição. O próprio que se julga perfeito, já é obviamente deficiente em humildade.

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